quarta-feira, 6 de março de 2013

Eros e o fim.


     Olhei pela ultima vez aquelas fotografias que, passei dias olhando, editando, retocando e mandei tudo para a lixeira. Terminava ali, naquele ato corriqueiro nos dias de hoje, uma relação unilateral de amor. Simples assim. Jogar no lixo o que já fora explorado, consumido, exaurindo a esperança. E junto com as fotografias, umas tantas, foi também aquele sentimento que, até, para mim, jurei ser eterno. Sem medo de julgamentos eu me sinto pronto para dar um fim e tentar olhar e amar de verdade. O Amor é uma palavra vazia. Pronto! Foi o que eu falei mesmo? Ah... que nada. Eu fui para o lixo também. Tudo virtual. Amizade virtual, amor virtual, virais e uma decepção real. Compartilhado em uma rede simulada de inteligência artificial. A Matrix me dizia. Será um grande amor ou um grande problema. Morreu, morri. Deu em nada, como tudo o que passa pelo crivo da superficialidade digital. Um mundo que não é mais desse tempo, desse espaço, dessa vida. Tudo, finalmente, será esquecido na minha linha do tempo. A pena por parar de viver a intensidade do sol ao meio dia na 6 de agosto e o vento soprando a bandeira na beira do rio. Recolho-me a insignificante possibilidade do que poderia ter sido. Mas já foi. Vou limpar o cartão de minha câmera e sair em busca de outros motivos, modelos e possibilidades de olhar. É um bom exercício de apurar o olhar e o sentimento estes mergulhos no desconhecido dos olhares e dos corações. E eu ainda tenho muitas mortes para viver.                                             

Um comentário:

Antonio Alves disse...

Muito bem, muito bom.