Olhei pela ultima vez
aquelas fotografias que, passei dias olhando, editando, retocando e
mandei tudo para a lixeira. Terminava ali, naquele ato corriqueiro
nos dias de hoje, uma relação unilateral de amor. Simples assim.
Jogar no lixo o que já fora explorado, consumido, exaurindo a
esperança. E junto com as fotografias, umas tantas, foi também
aquele sentimento que, até, para mim, jurei ser eterno. Sem medo de
julgamentos eu me sinto pronto para dar um fim e tentar olhar e amar
de verdade. O Amor é uma palavra vazia. Pronto! Foi o que eu falei
mesmo? Ah... que nada. Eu fui para o lixo também. Tudo virtual.
Amizade virtual, amor virtual, virais e uma decepção real.
Compartilhado em uma rede simulada de inteligência artificial. A
Matrix me dizia. Será um grande amor ou um grande problema. Morreu,
morri. Deu em nada, como tudo o que passa pelo crivo da
superficialidade digital. Um mundo que não é mais desse tempo,
desse espaço, dessa vida. Tudo, finalmente, será esquecido na minha
linha do tempo. A pena por parar de viver a intensidade do sol ao
meio dia na 6 de agosto e o vento soprando a bandeira na beira do rio.
Recolho-me a insignificante possibilidade do que poderia ter sido.
Mas já foi. Vou limpar o cartão de minha câmera e sair em busca de
outros motivos, modelos e possibilidades de olhar. É um bom
exercício de apurar o olhar e o sentimento estes mergulhos no
desconhecido dos olhares e dos corações. E eu ainda tenho muitas mortes para
viver.
Um comentário:
Muito bem, muito bom.
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